Dor de cabeça

Promovendo o autocuidado com a dor de cabeça

A ocorrência de dor, de qualquer localização e causa, sempre presente na sociedade, é crescente em nossos dias. A cefaléia está relacionado a vários fatores, entre os quais estão as mudanças ambientais, novos hábitos de vida. A dor é um sinal de alerta, um aviso para prestar atenção em algo.

Buscar novas possibilidades para cuidar de pessoas que sentem dor de cabeça é do âmbito da enfermagem, bem como das demais profissões da saúde, levando em conta suas especificidades. Pressupôs-se que a pessoa, e somente ela, pode conhecer as questões que envolvem a dor. Mas ela pode necessitar de ajuda profissional para esse fim. Pacientes com enxaqueca são os que mais procuram assistência médica. É mais comum em mulheres com média de 18 a 20%, de 6% nos homens e de 4 a 8% nas crianças. As crises incapacitam o paciente para as atividades habituais.

Dor de cabeça é a dor em qualquer região da cabeça. As dores de cabeça podem ocorrer em um ou em ambos os lados da cabeça, serem isoladas em determinada localização, irradiarem pela cabeça de um ponto ou a outro, serem latejantes ou uma sensação de dor surda.

Os diferentes tipos de cefaléia

Cefaléia tipo-tensão ou tensional

A dor de cabeça tensional ou tipo-tensão é a mais frequente entre a população geral. Ao contrário da enxaqueca, é comumente bilateral, em peso afetando a cabeça toda e sem sintomas acompanhantes. Não é tão intensa quanto a enxaqueca mas prejudica a rotina das pessoas da mesma maneira.

O tratamento é feito por medicamentos e identificando os fatores que desencadearam as crises de dor.

Em geral os pacientes identificam a dor como uma sensação de aperto, pressão ou peso envolvendo a cabeça como uma faixa ou capacete. A região que atinge é occipital, frontal, apical. O diagnóstico clínico não requer exames complementares. A dor melhora com exercícios físicos ou relaxamento.

Enxaqueca

A dor-de-cabeça apresenta-se com crises geralmente latejantes , afetando geralmente um lado da cabeça como alterações visuais, náuseas, vômitos, intolerância a luz e sons.

Os fatores desencadeantes mais comuns das crises são alimentos, bebidas alcoólicas, privação do sono, emocional, menstruação e alguns medicamentos vasodilatadores.

Cefaléia em salvas

A cefaléia em salvas é caracterizada por dor intensa, unilateral, geralmente em torno da órbita, durando de quinze minutos a três horas. Pode ser acompanhada de vermelhidão no olho, lacrimejamento, congestão nasal e queda da pálpebra do mesmo lado da dor.

É considerada rara, quando comparada a outros tipos de dor primária, ela é responsável por 6% do total de casos de dores de cabeça. É mais comum em homens e pode iniciar em qualquer idade sendo mais comum no início da segunda ou treceira década de vida.

O paciente refere sensação de inquietude ou agitação durante a crise. É caracterizada por ser frequentemente noturna, acordando o paciente no meio da noite. Acredita-se que esta dor tenha sua origem no hipotálamo , estrutura cerebral responsável por alguns mecanismos muito importantes para a regulação do corpo humano, incluindo controle de temperatura, da regulação hormonal e do sono.

O tratamento é feito durante a salva, devendo ser suspenso no período livre de dor, já o tratamento preventivo é feito com medicação que irá evitar o aparecimento da dor e deverá ser ser tomado regularmente. Deverá ser iniciado logo que inicie a dor em salva. O tratamento é para reduzir o tempo de dor e varia desde o uso de medicamento sublinguais e injetáveis até o uso de oxigênio úmido sob máscara.

Outros tipos de cefaléias primárias

Cefaléia primária em facadas

De curta duração( 03 segundos ou menos) , em pontadas, são muito encontradas em pacientes portadores de enxaqueca ( 40% ) ou cefaléia em salvas ( 30% ).

Cefaléia primária da tosse

Desencadeadas pela tosse ou esforço abdominal, são bilaterais e ocorrem após os 40 anos de idade. Foram encontrados em cerca de 40% de pacientes que desencadearam cefaléia com tosse doenças associadas sendo importante a avaliação de exames por imagem.

Cefaléia primária do esforço físico

Ocorrem predominantemente em clima quente ou altitude elevada.

Cefaléia primaria associada à atividade sexual

Começa por uma dor bilateral em peso enquanto excitação sexual aumenta e trona-se intensa no orgasmo. Ela pode ser antes do orgasmo ou durante o orgasmo.

Cefaléia hípnica

Crises de cefaléias que sempre acordam o paciente, ocorrem pela primeira vez após o 50 anos de idade.

Cefaléia trovoada primária

É descrita pelos pacientes como se fosse um raio partindo sua cabeça ao meio. É importante se não há aneurisma craniano com exames apropriados.

Hemicrânia contínua

Ocorrem sempre do mesmo lado da cabeça , diárias e contínuas, sem intervalos de dor.

Cefaléia persistente e diária desde o início

Apresenta um quadro semelhante a cefaléia tensional, porém pode não ter melhora desde o início em que surge ou evoluir muito rapidamente para uma dor contínua e sem melhora.

As cefaléias acima são encontradas na classificação internacional de cefaléias que ainda são pouco compreendidas e necessitam de avaliação cuidadosa.

Cefaléias Secundárias

Lembrando que a dor de cabeça é um sintoma comum em adultos e crianças aonde os pacientes associam sua dor a possibilidade da existência de uma doença grave como tumor ou aneurisma intracraniano.

A sociedade Internacional de Cefaléias divide as dores de cabeça em dois grandes grupos, aonde o primeiro grupo de caracteriza pelas cefaléias primárias, aquelas que são a própria doença. E o segundo caso é a cefaléia secundária que fazem parte de um sintoma de uma doença qualquer.

Quando a necessidade de consultar um profissional?

  • Quando a dor for súbita, principalmente acompanhada de vômitos, tonturas, alteração da consciência, convulsão.
  • Rigidez na nuca, dificuldades para falar, fraqueza ou alterações da sensibilidade em braço, perna, face.
  • Quando associada a febre alta.
  • A dor se iniciou após os 50 anos.
  • Não melhora mais com analgésicos.
  • O paciente encontra-se em tratamento de algum tipo de câncer ou AIDS.
  • História de queda ou trauma craniano.
  • abuso de analgésicos ( uso de mais de 15 comprimidos de analgésicos por mês, nos últimos seis meses) pois complica o diagnóstico de uma cefaléia secundária.

Como reconhecer uma enxaqueca?

Nem sempre o paciente apresenta todos os sintomas típicos da enxaqueca sendo necessário avaliação do médico para reconhecer a enxaqueca pela quadro clínico. A avaliação médica é fundamental para excluir outras causas de dor de cabeça.

O que é aura?

É o nome que se dá ao conjunto de sintomas neurológicos , que nas crises de enxaqueca se apresentam um pouco antes da dor de cabeça. A aura visual é mais comum. Pode ser apresentar como flashes de luz, como falhas no campo visual ou imagens brilhantes em zigzague. Outros sintomas neurológicos são mais raros.

Compartilhar